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Promotor de Justiça Luiz Cogan ministra palestra em escola sobre drogas

Página Aberta – Informação e Realidade

 A ação contemplou cerca de 150 alunos de 8º e 9º ano. Foto: Página Aberta


O promotor de Justiça Dr. Luiz Cogan, da comarca de Monsenhor Tabosa (CE), juntamente com a representante a OAB, advogada Ivone Barros, deixou seu gabinete nesta quarta-feira (23) para ministrar palestras sobre drogas. A ação aconteceu em dois turnos e contemplou cerca de 150 alunos de quatro turmas de 8º e 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Luiz Leitão.

O promotor disse que o Ministério Público tem várias funções, atualmente o foco em todo o país está no combate à corrupção, sendo o trabalho na perspectiva de transformação social.

Durante a palestra, o promotor abordou o tema relacionado à criminologia e efeitos nocivos que o uso de entorpecentes traz ao ser humano no convívio familiar e na sociedade. Os estudantes foram desafiados positivamente a refletirem sobre as implicações do uso de drogas.

O promotor destacou que somente no primeiro semestre desse ano, 28 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. No Ceará, já são mais e três mil assassinatos de janeiro a agosto de 2017. Segundo ele, muitos desses homicídios estão relacionados com o tráfico de drogas, crime organizado e guerra entre facções. “Pessoas que não conseguem pagar sua droga são eliminadas pelos traficantes, ou cometem crimes como roubos, furtos e latrocínios para manter o vício e entram para a estatística”, disse.

O promotor lembrou que no município de Monsenhor Tabosa, não é diferente, em 2017 também houve várias mortes bárbaras, e que a droga tem sido considerada o câncer da juventude.

Dr. Luiz falou sobre a Lei de Drogas (Lei 11.343/06), feita para punir traficantes dignos de prisão, a pena varia de 5 a 15 anos. O tráfico de drogas é considerado pela Constituição Federal como um dos crimes mais graves, e é a lei que mais encarcera no Brasil atualmente.

“Já o usuário – a lei trata como uma pessoa doente e que precisa de tratamento. Em Monsenhor Tabosa (CE), várias internações compulsórias têm sido feitas nos últimos anos, essa é uma medida muito dramática, aplicada em ultima instancia, após terem esgotado todos os outros mecanismos. Por isso a importância desse momento com vocês, para uma profunda reflexão, o universo das drogas na sua maioria é um caminho sem volta”, esclarece.

O promotor Luiz Cogan explicou aos alunos que por três anos, de 2012 a 2015 atuou juntamente com equipes de Saúde e Mistério Público com as internações de dependentes químicos que viviam na cracolândia em São Paulo (SP), tendo sido responsável 20% de todas as internações nesse período.

 Amizades

 “Repensar as amizades é algo natural na vida”. Uma amizade, um namoro mal escolhido pode trazer graves consequências. Ele citou entre outros casos, um que ficou muito conhecido no Brasil, o caso Richthofen, em que a jovem Suzane Von Richthofen, por conta de uma má influencia do namorado, começou a usar droga, e em 2002 acabou assassinando o pai e a mãe, em São Paulo. Suzane  foi condenada a 39,5 anos de prisão.

Dr. Luiz Cogan, que é de São Paulo, contou que Suzane Richthofen, antes de ser presa em 2002, foi sua colega de turma no curso de direito da PUC – Pontifícia Universidade Católica. “Entretanto, ela escolheu outro caminho, o caminho das drogas e do crime, jogando fora talvez uma carreira brilhante, pontuou”.

“Vocês que hoje tem sonhos, acreditem neles, todo mundo chega onde quiser, basta ter força de vontade e livre arbítrio. Estudem e não entrem nessa de drogas, isso não vai render nenhum bom fruto. Muitos jovens aqui terão futuros brilhantes, só bastam querer e estar atentos às oportunidades. Se alguém usa droga, o momento de parar é agora, e quem não usa não entre nessa”.

“Amigo não é aquele que te incentiva a fazer algo errado, mas sim aquele que te apoia a ir para o lado correto, que te incentiva a respeitar o professor, os pais, etc. Amigo é aquele que quer te ver crescer e quando você vence na vida ele estar do seu lado te aplaudindo”, lembra.

 Ação

De acordo com a professora Rosa Vitoriano, a escola por meio da ação tem o interesse de esclarecer aos alunos as consequências do uso de drogas, a importância de evitar experimentá-las, uma vez que muitas delas podem levar ao vicio imediato. E também informa-los quanto a punições judiciais de usuários e traficantes das mesmas.

Reportagem Dorismar Rodrigues

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