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“Quem herdará o bolsonarismo?” – Por Cleyton Monte

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Com o título “Quem herdará o bolsonarismo?”, eis item de Cleyton Monte, investigador político, professor universitário, pesquisador e diretor do Centec. “Ao que tudo indica, para retornar à Presidência da República, a extrema-direita deverá se reinventar e buscar novos rostos. A questão é saber: até quando ficará refém de Bolsonaro e quem, entre os postulantes, terá fôlego para comandá-la”, expõe o articulista.

Confira:

A política brasileira atravessa um momento um de reconfiguração na extrema-direita. Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, imposta pelo TSE, iniciou-se uma novidade temporada de disputas internas pelo controle de seu legado político. Nesse contexto, figuras porquê Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Romeu Zema despontam porquê herdeiros potenciais. Cada um representa uma faceta distinta: Michelle apela ao bolsonarismo raiz, aportado no conservadorismo moral e na base evangélica; Tarcísio traduz a gestão técnica e a ponte com o mercado, governando o estratégico estado de São Paulo; Zema aposta em um oração liberal e antipolítico que tenta ampliar o alcance da taxa bolsonarista. A disputa pelo espólio, no entanto, não é somente sobre quem representará o ex-presidente, mas sobre qual bolsonarismo sobreviverá.

As investigações em curso contra Bolsonaro, porquê as denúncias de tentativa de golpe, o caso das joias sauditas e a fraude em registros de vacinação, tornam sua presença política cada vez mais inviável para ampliar alianças. Mas sua escassez também acirra tensões dentro da própria base, que pode se fragmentar sem um núcleo simples de mando. O bolsonarismo e sua agenda autoritária, portanto, vive sem Bolsonaro. Essa veras terá impacto direto nas movimentações para as disputas estaduais de 2026. Sem a figura centralizadora do ex-presidente, candidatos alinhados à extrema-direita precisarão edificar suas próprias identidades políticas e eleitorais. Isso pode levar a uma fragmentação do eleitorado conservador, beneficiando adversários ou permitindo o surgimento de novas lideranças que reivindiquem esse espaço.

Paralelamente, observa-se uma intensificação dos ataques ao governo Lula. Governadores da oposição têm saliente o tom contra a gestão federalista, criticando desde a subida nos preços dos víveres até questões de segurança pública – consolidando um tom francamente antipetista. Há também articulações lideradas pelo centrão, buscando disputar o eleitorado conservador, sem carregar os custos do ex-presidente. Ao que tudo indica, para retornar à Presidência da República, a extrema-direita deverá se reinventar e buscar novos rostos. A questão é saber: até quando ficará refém de Bolsonaro e quem, entre os postulantes, terá fôlego para comandá-la.

*Cleyton Monte

Pesquisador político, professor universitário, pesquisador e diretor do Centec.

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