Com o título “Sexualidade e autoestima”, eis item de Zenilce Bruno, psicóloga e sexóloga. “O filme “A substância” com a atuação de Demi Moore e a narrativa provocativa, tem gerado discussões sobre a percepção da formosura e a pressão social enfrentada por muitas pessoas relacionada a juventude, explorando a crise de meia-idade enfrentada pela protagonista”, observa a articulista.
Confira:
Estamos ainda aprisionados aos rígidos padrões estéticos e isso reflete diretamente no tirocínio da sexualidade, que é modulado pela experimentação corporal e sentimento de estima, a possibilidade de ser ou não admirado(a), estremecido(a), capaz de buscar satisfação com a integração de corpo e mente. Há pessoas que “construíram” o reconhecimento de sua estima só pelo desempenho estético, o que é mais generalidade nas mulheres, já que muitas ainda aprendem a usar o corpo porquê mecanismo de sedução.
É por estar nessa regular cobrança corporal que frequentemente a autoestima é tomada de assalto. O aumento de peso, as espinhas, as rugas, o tamanho dos seios, a ventre condenável, transformam o seu estar no mundo num infeliz e regular sentimento de inadequação, repudiação e solidão.
O filme “A substância” com a atuação de Demi Moore e a narrativa provocativa, tem gerado discussões sobre a percepção da formosura e a pressão social enfrentada por muitas pessoas relacionada a juventude, explorando a crise de meia-idade enfrentada pela protagonista.
Depois ser demitida aos 50 anos, ela participa de um experimento para restaurar a juventude, mas a simultaneidade entre sua versão jovem e velha gera conflito e desintegração. Ela permanece presa à persona e à ilusão de sublimidade, culminando em um estado de fragmentação psíquica, nos fazendo refletir os desafios contemporâneos da formosura e envelhecimento.
A exigência regular em corresponder aos padrões estéticos sociais tem transformado pessoas em sintomas: paranoia, sofreguidão, fobia, bulimia, fastio. A sexualidade também adoece: um anoréxico e um deprimido têm proibição de libido, o bulímico e o ansioso não conseguem gerar vínculos estáveis; o paranoico tem regular pavor de ser traído.
A baixa estima que persiste no modo de viver e de se relacionar, tem profunda relação com esta valorização da formosura e poder. É óbvio, que todos estamos sujeitos à queda de estima diante de situações que envolvem prejuízo na consciência que temos de nossa imagem corporal.
Uma doença, uma perda; é quase impossível reagir positivamente a essas situações reais e difíceis. Espera-se que qualquer pessoa possa sentir-se “inadequada” em determinado momento e que oriente sentimento incida sobre o comportamento, provocando também disfunções sexuais.
As relações amorosas também são moduladas pela autoestima. Há virtudes, sentimentos e traços de caráter que devem ser reforçados nas pessoas desde sua pouca idade, para que possam desenvolver todas as suas referências. Assim, quando estivermos com alguns quilos a mais, isso não atingirá tão poderoso a nossa autoestima. Teremos porquê combater a frustração legitimando outros aspectos que identificamos porquê importantes para nós e para o grupo que nos rodeia: lucidez, preceito, perspicácia, originalidade, misericórdia, capacidade de gerar elos, de ser leal e muitos outros.
Porquê diz Ana Canosa, “Não há porquê conseguir exterminar o fantasma da repudiação de quem tem uma autoestima saída por pavor de celulite”. Acredito que não há lipoaspiração melhor do que aquela que retira o excesso de preconceito, de superficialidade e das exigências cruéis.
*Zenilce Bruno
Psicóloga e sexóloga.
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