Pesquisadores comprovaram que das oito espécies de felinos que habitam o Brasil, seis vivem no sertão nordestino, sendo que cinco delas na Caatinga do Ceará, em Crateús. São elas: o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), o gato-mourisco (Puma yagouaroundi), a jaguatirica (Leopardus pardalis), suçuarana ou onça parda (Puma concolor) e gato-maracajá (Leopardus wiedii).
Registros fotográficos confirmaram a presença destes animais no entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra das Almas, em Crateús, e também no Píauí, durante fases iniciais da pesquisa cientifica do “Projeto No Clima da Caatinga (NCC)”, realizada entre 2014 e 2015, pela Associação Caatinga.
Segundo O Povo Online a terceira fase da pesquisa começará entre março e abril deste ano com o auxílio de pesquisadores espanhóis. Felinos serão monitorados para a criação de medidas de conservação e proteção do bioma.
Segundo a veterinária Marina Zanin, uma das pesquisadoras responsáveis, o foco do trabalho será a onça-parda e a jaguatirica, as duas espécies são tidas como os maiores felinos que vivem na Reserva. “Esse estudo vai ser feito por um conjunto de técnicas: amostragem de fezes, o que já iniciamos, amostragem com armadilhas fotográficas e captura-marcação com colar GPS”, detalha.
Estima-se que, no Brasil, há 2.500 onças-pardas, segundo dados de 2013 do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). No entanto, a previsão é que 10% desta população esteja extinta nas próximas duas décadas. A espécie foi categorizada como Em Perigo (EN).
A pesquisa científica é uma das ações do Projeto No Clima da Caatinga (NCC) que é realizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras e Governo Federal por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Apesar dos riscos de extinção dos animais, o trabalho busca a conservação das espécies.
Reserva
A Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra das Almas, mantida pela Associação Caatinga, é reconhecida, pela Unesco, como Posto Avançado da Reserva da Biosfera por abrigar uma representativa parte da caatinga no sertão de Crateús-CE. São 6.146 hectares de área protegida que resguardam três nascentes e espécies ameaçadas de extinção. São desenvolvidas atividades de pesquisa científica, recreação e visitação escolar, além de projetos de educação ambiental e desenvolvimento sustentável junto às comunidades do entorno da reserva, combinando preservação ambiental com geração de renda e melhoria da qualidade de vida local.
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