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Raspar cabeça para ter testa grande já foi moda e símbolo do poder; entenda

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Durante a Europa Medieval e Renascentista, um hábito curioso se popularizou entre as mulheres: raspar secção do cabelo para permanecer com a testa mais longa.

A propriedade era vista uma vez que sinal de perceptibilidade e diversos quadros da idade abordam mulheres dessa forma. Outrossim, pelos femininos eram considerados sujos e até mesmo perigosos para homens, o que contribuiu para que as mulheres raspassem secção dos cabelos e até mesmo depilassem as sobrancelhas.

A professora e historiadora de tendência e arte, Laura Ferrazza, explica à CNN que o período entre o final da Idade Média e o início do Renascimento, entre os anos de 1401 e e 1600, foi crucial para o surgimento da tendência uma vez que conhecemos hoje.

“Tem um propagação das cidades, um propagação da mediocracia. A gente tem a teoria de que nas cidades as pessoas circulam e veem umas as outras, elas não estão mais isoladas em um forte. Portanto, tem mais espaços públicos, mais visibilidade. Isso modificou a forma uma vez que as pessoas encaravam a forma de se vestir”, explica Ferrazza.

Retrato de perfil de uma jovem, c. 1445. Encontrado na coleção do Staatliche Museen, Berlim. Artista: Lippi, Fra Filippo (1406-1469) • Fine Art Images/Heritage Images/Getty Images

A professora também afirma que no início do Renascimento houve uma mudança no status das mulheres. Ela explica que, durante o maior domínio da Igreja Católica, a mulher era frequentemente vista de forma negativa, associada ao vício.

Isso mudou com o surgimento das universidades na Era Renascentista, em que algumas mulheres se destacaram uma vez que estudiosas, compositoras e filósofas. “A testa ampla também dá a teoria de que a mulher tem uma mente pensante”, afirma Ferrazza.

Testa subida na reino britânica

Uma das mulheres retratadas com a testa subida é a rainha Elizabeth I, da dinastia Tudor do Reino Unificado.

Durante o reinado, entre 1558 e 1603, a régio definiu a tendência no país. Muitas mulheres e até mesmo homens da namoro se esforçavam para imitar o estilo dela usando roupas com silhuetas exageradas, pele pálida e cabelos ruivos.

“No caso de Elizabeth I, no século XVI, a testa subida dava uma sensação de imponência e era vista uma vez que um sinal de perceptibilidade, importante para uma mulher em uma posição de poder tipicamente masculina”, diz a historiadora.

As pinturas mais famosas de Elizabeth I mostram a rainha com a pele clara e a testa longa. Quando tinha 29 anos, contraiu varíola e quase morreu. Por conta da doença, a rainha perdeu todo o cabelo e precisou usar perucas pelo resto da vida, o que contribuiu para o visual com a testa mais destacada.

O hábito de usar perucas também se popularizou, já que na idade a perda de cabelo era geral por doenças uma vez que varíola e sífilis. Na hora de escolher a cor, muitas pessoas adotaram as perucas ruivas para ter o tom de cabelo da régio.

Rainha Elizabeth I retratada com a testa subida. Versão do retrato da Armada atribuída a George Gower, c. 1588 • Ann Ronan Pictures/Print Collector/Getty Images

Pensando no retratos da idade, a testa subida era acompanhada de um ventre evidenciado, para lembrar que o papel da mulher era gerar filhos. Laura Ferrazza diz que a teoria é mostrar que “mesmo que agora ela pense, o papel é a geração”.

A reparo sugere que, apesar das mudanças sociais que permitiam a algumas mulheres ocupar um espaço intelectual maior (simbolizado pela testa ampla), a sociedade ainda reforçava seu papel primordial na procriação.

O Retrato de Arnolfini; pintura a óleo sobre tela de roble datada de 1434; do vetusto pintor holandês Jan van Eyck • Universal History Archive/Universal Images Group via Getty Images

Uma vez que acontece com todas as tendências, a testa subida eventualmente caiu em desuso. No final do século XVI, no termo do reinado de Elizabeth I, já era provável ver uma mudança nas representações artísticas e ideais de formosura.

A testa longa do Renascimento deu lugar ao retorno das linhas de cabelo mais naturais durante o período Barroco.



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