Economia

Disputa por comissões na Câmara acirra embate entre PT e PL na casa

Página Aberta – Informação e Realidade

A disputa pelo comando das comissões temáticas da Câmara dos Deputados movimenta os maiores partidos na Morada e tem gerado impasse nas negociações envolvendo os colegiados mais importantes.

O presidente da Morada, Hugo Motta (Republicanos-PB), vai se reunir com os líderes nesta quinta-feira, 13, para definir a separação de contrato com o tamanho das bancadas. A Percentagem de Constituição e Justiça (CCJ) e a Percentagem de Relações Exteriores e Resguardo Pátrio (Creden) estão entre as mais disputadas pelos parlamentares.

Leia mais: Hugo Motta minimiza tensão sobre presidência de Eduardo Bolsonaro em Percentagem

Um traçado feito pelo ex-presidente da Morada Arthur Lira (PP-AL) estabeleceu que a CCJ, em 2025, deveria permanecer sob o comando do União Brasil ou do MDB. Em 2023, o colegiado foi presidido por Rui Falcão (SP), do PT, e, no ano pretérito, por Caroline de Toni (SC), do PL.

O MDB, porém, abriu mão da CCJ para permanecer com a relatoria do Orçamento de 2026. O relator da peça será responsável por definir as cifras do fundo eleitoral para a campanha de 2026. O presidente da Percentagem Mista de Orçamento (CMO), por sua vez, deve ser do Senado e do PL. A expectativa no Congresso é de que o nome indicado seja o do senador Wilder Morais (GO).

PL e PP, todavia, entraram na disputa pela CCJ, querendo desbancar o contrato feito pelo ex-presidente da Câmara. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende manter o controle do colegiado por ter a maior bancada da Morada, com 92 deputados. O PP, por sua vez, quer evitar um ostracismo em seguida a saída de Lira da presidência.

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Resistência

Outro objetivo do PL é emplacar Eduardo Bolsonaro (SP), rebento do ex-presidente, na Percentagem de Relações Exteriores e Resguardo Pátrio. Porquê mostrou o Estadão, o líder do PL na Morada, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou a indicação do parlamentar, mas o PT informou que vai se opor ao nome de Eduardo.

Na segunda-feira, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) afirmou que o partido vai “resistir de todas as formas” à indicação do rebento de Bolsonaro. A razão da queixa do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está nas viagens recentes feitas por Eduardo aos Estados Unidos, onde se reuniu com aliados do presidente americano, Donald Trump, e apresentou acusações contra o ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes, além de difundir a teoria de fraude nas eleições de 2022.

“É incabível que ele (Eduardo Bolsonaro) utilize o Parlamento brasílio para continuar com sua campanha atentatória contra a Justiça brasileira e os interesses nacionais. Nós vamos resistir de todas as formas à indicação. O que ele tem feito é delito de lesa-pátria, é traição”, afirmou Lindbergh Farias.

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O petista chegou a pedir à Procuradoria-Universal da República (PGR) a mortificação do passaporte de Eduardo e uma investigação sobre possíveis crimes cometidos pelo deputado. Lindbergh afirmou ainda que o PT só aceitará o deputado do PL na presidência da percentagem caso esteja sem o passaporte.

‘Projecto B’

O PL trabalha com um “projecto B” caso a indicação de Eduardo não resista à pressão da base governista. Caso isso ocorra, o partido deve indicar o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP), parlamentar publicado por ser tetraneto de d. Pedro II (1825-1891), último imperador do Brasil.

Antes de um jantar com a novidade ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, anteontem, Motta afirmou que não é capaz de impedir a indicação de Eduardo, já que é de praxe que o maior partido tenha preferência no apontamento dos nomes.

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O presidente da Câmara disse ainda que não acredita numa crise institucional com o Supremo com a indicação do rebento de Bolsonaro para o colegiado.

O PL ainda peleja com o PT pelo comando da Percentagem de Saúde, que atualmente é presidida por Dr. Francisco (PT-PI). O motivo da cobiça pelo colegiado está nas emendas parlamentares, já que, em 2024, ele teve uma fatia de R$ 4,5 bilhões do Orçamento.

O PT, que tem a segunda maior bancada da Câmara, com 80 deputados na Federação Brasil da Esperança – com o PV e o PCdoB -, prioriza o controle da Percentagem de Instrução caso perda a Saúde para o PL. Outra estratégia é invadir a Percentagem de Fiscalização e Controle (CFFC).

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O União Brasil e o Republicanos também estão de olho no colegiado de fiscalização e controle, que deve ter o comando definido de última hora.

O Republicanos, partido de Hugo Motta, também quer permanecer com as comissões que controla atualmente: Notícia e Viação e Transportes. O União Brasil almeja o comando de Minas e Vigor.

O partido vai ter de disputar com o PSD, que cobiça a cadeira. O partido, liderado por Antônio Brito (BA), até indicou o nome de Diego Andrade (PSD-MG) para Minas e Vigor. A {sigla} almeja ainda a Percentagem de Turismo e apresentou o nome de Laura Carneiro (RJ).

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Quem também já adiantou o nome de um presidente foi o PDT, que deve indicar Léo Prates (BA). O partido, porém, ainda não sabe qual colegiado deve comandar e vai ter uma definição nos próximos dias. Já a líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ), disse que o partido deve ter a presidência das comissões de Legislação Participativa e da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais.

Pelo X (macróbio Twitter), Motta afirmou na segunda-feira que passaria a semana “em diálogo com os partidos” para inventar e instalar as comissões permanentes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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