A atividade industrial do Brasil acelerou somente ligeiramente em janeiro, iniciando o ano com demanda e produção pressionadas por preocupações sobre a política fiscal, as condições monetárias e a taxa de câmbio, mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (3).
O Índice de Gerentes de Compras (PMI), compilado pela S&P Global, subiu a 50,7 em janeiro, de 50,4 em dezembro, permanecendo supra da marca de 50 que separa desenvolvimento de contração.
“Os dados de janeiro pintaram um cenário um pouco preocupante para a indústria, que iniciou 2025 em terreno instável”, avaliou Pollyanna de Lima, diretora associada de Economia S&P Global Market Intelligence.
O levantamento apontou que os produtores estavam mais otimistas em relação às perspectivas do que em dezembro. As empresas citaram uma vez que motivos oportunidades de exportação, investimentos, desenvolvimento de novos produtos e sinais de melhora em outras partes da economia – setores automotivo, agrícola e de construção.
Com isso, as empresas contrataram mão de obra temporária para sustentar a produção futura, e o ofício teve o maior aumento desde setembro, o que garantiu a melhora na leitura do PMI.
“Embora a subida na geração de empregos pareça uma luz no termo do túnel, percepções dos participantes da pesquisa revelaram uma verdade marcante: a maior secção das vagas foi temporária, conforme as empresas fazem um jogo de espera, sem ter certeza de que o desenvolvimento econômico esperado irá realmente se materializar”, completou De Lima.
As novas encomendas cresceram no ritmo mais fraco em 13 meses, enquanto a produção ficou amplamente estagnada, interrompendo quatro meses de expansão e pesando sobre o índice.
Unicamente as empresas que fabricam bens intermediários indicaram desenvolvimento da produção, com quedas entre os produtores de bens de consumo e de bens de capital.
As novas encomendas de exportação, por sua vez, permaneceram em trajetória de queda, recuando pelo terceiro mês seguido em janeiro.
A pesquisa mostrou ainda uma intensificação das pressões de custos em janeiro, o que segundo os entrevistados se deu por conta da taxa de câmbio desfavorável principalmente diante de o dólar, mas também o euro, com preços mais caros de materiais e frete.
Quase 15% dos produtores elevaram seus preços de venda em janeiro em resposta, mas 5% ofereceram descontos na tentativa de prometer novas encomendas, e a inflação dos preços cobrados caiu para uma mínima de oito meses.
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