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O Grande Debate: Polícia prende mal e Judiciário é obrigado a soltar?

Página Aberta – Informação e Realidade

O jurisperito Vitor Marques e o empresário e ex-deputado federalista Alexis Fonteyne discutiram, nesta quinta-feira (20), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a polícia prende mal e o poder Judiciário é obrigado a soltar, uma vez que disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Durante uma palestra sobre o impacto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública nos setores de negócio e serviços, Lewandowski defendeu que a polícia executa prisões de forma equivocada e, por isso, o Judiciário é obrigado a soltar os presos.

“É um jargão que foi adotado pela população, que a polícia prende e o Judiciário solta. Eu vou expor o seguinte: a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, afirmou o ministro. Segundo a pasta, a fala de Lewandowski foi sobre a falta de integração policial.

Marques concorda que o Brasil prende muito e prende mal.

“Reconhecer essa verdade não se confunde em zero com execrar, com demonizar as polícias do Estado brasiliano e estabelecer uma dicotomia que a meu ver não contribui para a solução deste problema. O Brasil tem hoje quase um milhão de pessoas presas”, disse Marques.

“Nós temos, portanto, a terceira população carcerária do mundo. Se prender, em números, significasse mais segurança, era para o Brasil ser o terceiro país mais seguro do mundo e não é isso que acontece. Nós temos no Brasil pessoas presas que são mulheres, negros, oriundos de periferia, pessoas pobres. Há, portanto, um recorde social e racial muitas vezes nas abordagens e nas apreensões”, prosseguiu.

Já Fonteyne defende que a polícia prende criminosos e os criminosos têm que permanecer presos.

“A polícia está fazendo a segmento dela, mas ela está sendo desestimulada. É um deboche ao trabalho policial o que acontece nessas audiências de custódia, soltando pessoas porque o presídio está pleno de gente, a sociedade que sofre com isso. Os bandidos estão tão ousados e tão banalizados que estão atirando antes para depois pegar o celular, para pegar a bicicleta, não estão mais preocupados com isso”, citou Fonteyne.

“Quem faz esse envolvente de impunidade não é a polícia, é a Justiça, que não está tendo o rigor que tem que ter, mas não dá para esperar muito de uma Justiça que libera quantia na cueca, que libera malas de milhões de reais de gente saindo de pizzaria e tá tudo muito”, finalizou.

 

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