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Ele te ama ou te persegue? Como identificar um stalker? – Ceará Agora • As Notícias Mais Importantes de Fortaleza, Ceará, Brasil

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Teimar em mandar mensagens, surgir de surpresa no trabalho, enviar presentes repetidamente, monitorar redes sociais, seguir pelas ruas. Quando essas ações são indesejadas, constantes e causam pânico ou desconforto, configuram uma prática perigosa: o stalking. Apesar de parecer inofensivo à primeira vista, esse comportamento carrega consequências sérias, uma vez que explica Izabella Melo, professora de psicologia do Meio Universitário de Brasília (CEUB). Essa perseguição contínua afeta diretamente a saúde mental da vítima.

Segundo a psicóloga, o stalking pode suceder em diferentes ambientes, uma vez que no trabalho, entre vizinhos, na escola, em ambientes religiosos e, até mesmo, dentro da própria família. A presença do perseguidor é ordenado e incômoda, muitas vezes ultrapassando fronteiras físicas e digitais. “Esses comportamentos se manifestam de diversas formas, uma vez que interações insistentes, vigilância, monitoramento da rotina da vítima e até contato com pessoas próximas a ela, uma vez que amigos, filhos e pais”, afirma Izabella.

Confundidos com afeto e desvelo, diversos atos de stalking ainda são vistos de forma romantizada pelas pessoas envolvidas ou pelo núcleo afetado. Para a psicóloga, essa visão distorcida tem raízes culturais profundas. “Isso acontece mormente por motivo das diferenças de gênero e das expectativas sociais sobre homens e mulheres, além da teoria de que a mulher pode ser conquistada pela insistência. Comportamentos abusivos acabam sendo encarados uma vez que gestos românticos, quando, na verdade, são formas de invasão e desrespeito.”

Apesar de muitas vezes estar associado a ex-relacionamentos, o stalking pode assumir diversos formatos. A professora explica que as ações são divididas em diferentes categorias: nos casos em que o comportamento é encapotado de carinho, uma vez que a chamada hiper intimidade, e outros em que a perseguição é mais direta, uma vez que no cyberstalking, que se dá por meio das redes sociais e meios digitais. “Também existem formas mais agressivas, uma vez que o assédio, a coerção e até ameaças que atingem familiares ou animais da vítima.”

As vítimas de stalking podem desenvolver uma série de sintomas psicológicos, que vão da sofreguidão e paranoia à depressão e estresse pós-traumático. Em muitos casos, a pessoa opta pelo isolamento, seja por vergonha, por pânico de não ser levada a sério ou para proteger aqueles ao seu volta. “Há quem acredite que, ao se distanciar de familiares e amigos, o perseguidor deixará de atingi-los. Aliás, sentimentos uma vez que raiva, suspicácia, desespero interferem profundamente no modo uma vez que se relaciona com os outros”.

Além do impacto emocional, Izabella detalha que o stalking interfere diretamente na rotina das vítimas, fazendo com que elas mudem trajetos, horários, deixam de frequentar certos ambientes e até evitam usar redes sociais. “Com o progresso do cyberstalking, feito por meio das redes sociais, se proteger fica cada vez mais difícil. A presença do dedo facilita o rastreamento e impõe a premência de medidas específicas de autoproteção.”

Para a psicóloga, debater o stalking é fundamental para desconstruir mitos e combater a naturalização desses comportamentos. Segundo a docente, é preciso confiar e hospedar quem denuncia. “O conhecimento é a chave para que a sociedade deixe de tratar essas ações uma vez que demonstrações de paixão e passe a enfrentar uma vez que o que realmente são: nítidas formas de violência.”

(*)com informação do Jornal CB





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