Segurança

Famílias sem moradia são agredidas e tem acampamento queimado em Crateús, Ceará

Página Aberta – Informação e Realidade

 Acampamento em Crateús foi incendiado (Foto: Divulgação)


Na madrugada do dia 20 de julho, 60 famílias sem teto do município de Crateús (CE), organizadas pela Frente Social Cristã e pelo Núcleo Popular, ocuparam uma área pública no bairro Fátima II, localizada na periferia da cidade.  O movimento exige moradia de qualidade. No local, foi levantado o acampamento Carlos Leite.

Os acampados denunciam que às vésperas de completar uma semana de ocupação, na madrugada de quarta, 26 de julho, um grupo formado por cerca de 25 homens armados atirou em direção ao acampamento e atearam fogo nas barracas. Destruindo também utensílios e aparelhos celulares das famílias acampadas. Segundo as vítimas foram quarenta minutos de pânico. Adultos e crianças esconderam-se nas matas, cerca de 20 pessoas, incluindo algumas grávidas ficaram feridas sem gravidade.

Militantes de movimentos por moradia estão assustados. Relatam que esta foi a primeira vez em mais de 50 anos que um acampamento urbano, localizado na cidade de Crateús, sofre um ataque com métodos terroristas.

Segundo os acampados, um fato que chama a atenção é que embora a ocupação aconteça numa área que está sob a responsabilidade do poder público municipal, foi o setor privado, que organizou a ação. Em vídeo divulgado nas redes sociais, eles acusam o Sr. Assis Oliveira, corretor do empreendimento imobiliário Morada dos Ventos II, da empresa Mãe Rainha Urbanismo, que faz fronteira com o acampamento, de coordenado a ação.

Investigações

Várias pessoas compareceram à Delegacia de Policia Civil, afirmando que teriam reconhecido o senhor Assis Oliveira, corretor de imóveis, como sendo o chefe da equipe que investiu contra os assentados.

Ainda na manhã de ontem, Francisco De Assis Oliveira, 59 anos, residente na Morada dos Ventos II, foi conduzido para a Delegacia de Polícia Civil de Crateús e autuado no Artigo 163 do CPB (Dano). Como o crime não é afiançável, o mesmo foi encaminhado para a Cadeia Pública de Crateús.

Assis afirma que está preso injustamente. Segundo ele, estava em casa durante toda noite com a família e não comandou qualquer ação. Jamais foi ao assentamento ameaçar e agredir pessoas. A Polícia vai continuar apurando o caso.

Em nota o acampamento disse que realizou uma assembleia no fim da tarde de quarta, com apoio da igreja católica e vários movimentos sociais da região. Deliberou por ações jurídicas e pela reconstrução do acampamento. “A luta por terra urbana e pelo direito à cidade seguirá”.

Redação Página Aberta

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